Minha ‘Vitória’ – O Oscar

Conforme prometido, vou escrever um pouco sobre a Vitória. Eu digo “um pouco”, porque simplesmente não há como escrever em um só post tudo o que ela foi para mim.

Vitória

Vitória

Tudo começou quando eu trabalhava em uma loja de aquários e apareceram três filhotes de Oscar (Apaiari) que tinham o tamanho de um peixe Betta adulto. Dois deles se desenvolviam bem rápido e um só apanhava dos outros e não conseguia comer. Quando íamos alimentá-los, aquele filhotinho que só apanhava, ficava me olhando com aquela carinha de fome e sabendo que não iria conseguir se alimentar, ia para um canto.

Até que um dia, eu fiquei com muita dó e acabei colocando o pobre peixinho que só apanhava em um aquário de 30 litros. Dei umas vitaminas e ele começou a reagir, começou a comer artêmia. Depois de uma semana, ele já estava visivelmente mais forte, esperto e guloso que só. Quando eu entrava na loja, ele começava a fazer graça, rebolava de um lado para o outro, pulava para pedir comida e essas coisa, que até então, me eram completamente desconhecidas em peixes.

Um dia, veio uma cliente e gostou do filhote de Oscar, me perguntou quanto era; e eu me surpreendi dizendo que não estava à venda, afinal eu já havia me apegado a ele e sabia que era recíproco.

No mesmo dia eu decidi batizá-lo, sem saber se era macho ou fêmea, fiquei com a segunda opção e coloquei o nome dela de “Vitória”, pois ela já tinha passado por poucas e boas e nada a abalou.

Passei a Vitória para um aquário maior (50 litros), pois ela já não era mais tão pequena assim, já estava com uns  8 cm.

Ela continuava fazendo as graças dela, pegando comida em nossa mão, deixando fazer carinho, beliscando nosso braço quando iamos trocar a água do aquário.

Eu comecei a me interessar mais por esta espécie, o Apaiari. Lia tudo o que podia sobre a espécie e soube, então, que eu teria que ter no mínimo um aquário de 200 litros só para ela. Ficou muito difícil, pois seria loucura mantê-la naquela loja pequena. Decidi que se aparecesse alguém de bom coração interessado nela, eu a venderia.

Fiquei muito chateda, mas essa era a decisão mais correta no momento.

No dia seguinte, quando abri a loja, olhei para a Vitória e ela estava estranha…. Em um canto, quieta… Como se soubesse da minha difícil decisão. Tentei alimentá-la e ela até comeu um pouquinho de ração, mas não como de costume. estranhei e comecei a observá-la. Não podia vendê-la daquele jeito.
Os dias se passaram e ela não reagia, não comia nem artêmia, que era o que ela mais amava. Ela estava emagrecendo muito e eu tentava animá-la com vitaminas, cheguei a colocar bactericida, mas nada adiantava.

Uma tarde, um garoto apareceu, a olhou e falou: “Porque vocês não matam este peixe? Ele já está quase morto, já era…”.

Eu fiquei indignada e desesperada comecei a procurar o que poderia ser aquela doença que a estava fazendo definhar. Depois de muita pesquisa, cheguei à Spironucleose
Imediatamente comecei o tratamento. E vai flagil pra lá e pra cá. Rapidamente, ela começo a reagir. Logo estava forte novamente e bem gulosa.

E assim ela cresceu e ficou realmente enorme (uns 30 cm) e em um aquário de 400 litros só para ela; afinal, ela não o dividia nem com cascudo.

Ela era um barato, quando vinham olhá-la e ela estava irritada, dava uma rabada e jogava água em todo mundo que estava por perto. Pulava, exigia comids diferentes e eu parecia uma louca catando minhocas por aí. deitava em nossa mão para receber carinho.

E assim se passaram três anos… Ela fazendo as maluquices dela, decorando o aquário à sua maneira, jogando pedras no vidro e cada vez comendo mais.

Até que eu fiquei grávida e quando tive meu filho, tive que sair para cuidar dele. Meu marido ficou na loja e um belo dia, quando ele foi abrir, a Vitória já estava fora do aquário no chão e não havia mais o que fazer…

Foi um dia muito triste e até hoje é quando eu lembro dela. Mas que ela deixou boas lembranças, deixou.

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